O nódulo de tireóide tornou-se um dos principais motivos que levam as pessoas a irem ao endocrinologista. Muitas vezes não se trata somente de um nódulo, pode haver dois, três ou até mais! E aí vem a pergunta: será benigno ou poderá ser um câncer de tireóide? Terei que fazer a punção?
A resposta é: na grande maioria das vezes não será necessário a punção, somente o acompanhamento por ultrassom já será suficiente.
Isso porque a grande maioria dos nódulos é benigna e um achado bastante comum, principalmente em mulheres e cuja incidência aumenta com a idade. Mesmo alguns nódulos malignos muito pequenos podem simplesmente permanecer estáveis e nunca evoluir.
Porém, em caso de nódulos mais suspeitos, a punção deverá ser realizada. Para isso, utilizamos uma classificação da imagem de ultrassom chamada TI-RADS.
Nela, o nódulo pode receber uma pontuação de que vai de 1 a 5. Quanto maior o valor, maior o risco de ser maligno.
Levamos em consideração vários aspectos do nódulo para classificá-lo, como tamanho, contornos regulares ou irregulares, mais líquido ou sólido, ecogenicidade (a “cor” do nódulo ao ultrassom, mais claro ou escuro), presença de calcificações e se é mais largo ou mais alto.
Assim, classificamos o nódulo e determinamos qual será a conduta:
– TI-RADS 1 (benigno): não é necessária punção
– TI-RADS 2 (não suspeito): não é necessária punção
– TI-RADS 3 (levemente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 1,5 cm. Punção se ≥ 2,5 cm
– TI-RADS 4 (moderadamente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 1,0 cm. Punção se ≥ 1,5 cm
– TI-RADS 5 (altamente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 0,5 cm. Punção se ≥ 1,0 cm
Obviamente essa não é uma classificação perfeita, mas serve como um bom parâmetro. Além disso, outros fatores deverão ser levados em conta como distância do nódulo para a cápsula que limita a tireoide (quanto mais perto, maior o risco de invasão se for maligno), histórico familiar de câncer de tireoide de comportamento agressivo, entre outros