Decidi fazer esse post pois vejo que essa é uma dúvida muito frequente no consultório do endocrinologista e que gera muita angústia nos pacientes e seus familiares.
Compreender essa diferença, mesmo que de forma básica, pode ajudar a diminuirmos nosso nível de ansiedade se estivermos diante de um ultrassom com essa alteração.
Em primeiro lugar nódulo é uma região de um órgão ou tecido que cresce de forma independente e forma uma lesão circunscrita, ou uma espécie de “bolinha”.
Essa lesão pode ser constituída por um aglomerado de células que cresce e forma o que chamamos de um nódulo sólido.
Por outro lado, um nódulo pode ser preenchido por líquido, aí chamamos ele de cisto. No caso da tireoide, esse líquido pode ser sangue, restos de células que se desintegraram ou coloide, um tipo de material a base de proteínas, gelatinoso, que é utilizado na formação dos hormônios da tireoide.
Existem ainda os nódulos mistos ou sólido-císticos, em que uma parte é composta por um aglomerado de células e outra é preenchida por líquido.
Por que saber isso é importante? Os diferentes tipos de cânceres, inclusive os de tireoide, são formados por aglomerados de células que se desenvolvem de maneira anômala e agressiva e tem a capacidade de se espalhar, invadir e danificar outros órgãos e tecidos.
Como um cisto tem pouca ou nenhuma célula, as chances dessa lesão se tornar maligna é quase zero. No caso dos nódulos mistos, quanto maior a proporção de líquido, melhor.
Uma minoria de cistos de tireoide pode crescer demais e gerar algum incômodo local, dificuldade para engolir, sensação de sufocamento ou desconforto estético, mas não são graves.
Por outro lado, nem todo o nódulo sólido é um câncer, pelo contrário, a grande maioria dessas lesões são benignas e bem comuns na tireoide. Cabe ao médico especialista saber analisar certas características desse nódulo ao ultrassom, que não é o tema de hoje, para decidir se é suspeito o bastante para ser submetido a uma punção e análise microscópica de suas células.