Há alguns anos passou a fazer parte das “dietas da moda” a retirada do glúten da dieta com o objetivo principal de perda de peso. Os defensores desse método alegam que o glúten possui propriedades inflamatórias que poderiam alterar a flora intestinal, aumentar a absorção de calorias e o apetite.
Para quem não sabe, o glúten é a principal proteína do trigo e é encontrado também na cevada, no centeio e no malte.
Estudos mostraram que essa hipótese não tem fundamento e muitos dos que perderam peso retirando o glúten, na realidade, o fizeram devido a redução no consumo de carboidratos derivados do trigo e substituição por alimentos de baixa caloria, como legumes.
Entretanto, existem duas situações em que o consumo de glúten pode ser prejudicial a saúde e sua retirada deve ser completa e um último caso, cuja real existência ainda é bastante polêmica.
1- Doença Celíaca: é uma doença autoimune, em que o simples contato da mucosa do intestino com o glúten desencadeia uma reação exagerada do sistema imune. O resultado é uma grave inflamação e destruição da mucosa intestinal com perda da capacidade de absorver nutrientes. Os sintomas são graves e diversos como dor e distensão abdominal, diarreia, vômitos e desnutrição. A presença dos anticorpos antitransglutaminase e antiendomísio IgA, somados a biópsia do duodeno confirmam o diagnóstico.
2- Alergia ao trigo: nessa situação os sintomas gastrintestinais são mais leves, mas o que predomina é o quadro alérgico como urticária, rinite, asma e até mesmo choque anafilático. Essa reação ocorre contra diversas proteínas do trigo, não apenas ao glúten.
3- Sensibilidade ao glúten não celíaca: essa é uma entidade controversa, pois não há exames que possam confirmar esse diagnóstico, porém há inúmeros relatos de pessoas que se sentem mal ao consumir pães e massas. Predominam os sintomas gastrintestinais que são mais leves do que na Doença Celíaca e não impedem a pessoa de consumir alimentos contendo glúten, mas a obrigam a reduzir sua quantidade.