A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição progressiva da massa óssea e deterioração da estrutura do tecido ósseo. Como consequência, o osso torna-se mais frágil e suscetível a fraturas, mais comuns em coluna vertebral, quadril, punho e pelve. O principal grupo de risco para osteoporose são o das mulheres na pósmenopausa. Estima-se que 17% das mulheres na pós-menopausa e 30% acima dos 65 anos já desenvolveram esta doença
Ao contrário do que muitos pensam a osteoporose é uma doença assintomática até que ocorram fraturas e não faz parte de seu quadro clínico as dores articulares (estas mais relacionadas a doenças reumatológicas como osteoartrite e artite reumatoide).
Como muitas destas fraturas são graves e de difícil tratamento, inclusive com necessidade de cirurgias ortopédicas, e por surgirem em uma população mais idosa já portadora de outras doenças crônicas, existe um grande risco de estas fraturas levarem a uma incapacidade permanente de movimento, dores lombares crônicas com perda de estatura e cifose (“corcunda”) e até a morte provocada por complicações pósoperatórias.
A queda dos níveis do hormônio feminino estrógeno que surge após a menopausa é o principal fator de risco ligado ao surgimento desta doença. Essa queda leva a um aumento na reabsorção do osso e a uma diminuição na formação de osso novo, acarretando em perda progressiva da massa óssea.
Alem da deficiência de hormônio feminino nas mulheres menopausadas, há ainda outros fatores de risco envolvidos:
- Idade acima de 70 anos (incluindo neste grupo os homens)
- Genético e histórico familiar
- Dietas pobres em cálcio e ricas em fósforo, sódio e proteínas. Vegetarianos que não consomem qualquer tipo de derivado animal também fazem parte deste grupo.
- Tabagismo
- Consumo abusivo de álcool
- Imobilismo prolongado (ex: pacientes acamados por alguma sequela neurológica) – Baixo peso
- Uso de algumas medicações como corticoides, anticonvulsivantes, hormônio tireoidiano em altas dosagens, anticoagulantes, anastrozol, alguns quimioterápicos, etc.
- Sedentárismo, principalmente relacionado a baixo nível de exercícios com carga (ex: carregamento de peso, musculação)
- Secundário a outras doenças como: hiperparatireoidismo, artrite reumatoide, pósoperatório de cirurgia bariátrica, doença óssea metastática, mieloma múltiplo, hipertireoidismo, diabetes mellitus, hipogonadismo, etc…
Diagnóstico: É feito principalmente através do exame de Densitometria Óssea de coluna lombar, fêmur (colo e adjacências) e antebraço. Através deste, classificamos os achados do exame em normal, osteopenia (perda de massa óssea mais branda que a osteoporose) e osteoporose.
A densitometria óssea está indicada nos seguintes grupos:
- Mulheres com idade ≥ 65 anos e homens com idade ≥ 70 anos.
- Mulheres com idade ≥ 40 anos e homens com idade ≥ 50 anos que apresentem algum fator de risco exposto anteriormente
- Histórico de fraturas de baixo impacto (fragilidade)
- Monitoramento de tratamento de osteoporose
- Antes de iniciar tratamento específico para osteoporose
- Mulheres que interromperam terapia de reposição hormonal pós-menopausa
Importante frisar que o exame de Densitometria Óssea emite quantidades mínimas de radiação não sendo, portanto, nocivo a saúde. Além da Densitometria Óssea, exames laboratoriais também são importantes no monitoramento destes pacientes, como a dosagem de Vitamina D, Cálcio, Fósforo, etc.
Tratamento:
- Aumento na ingesta de cálcio na dieta, principalmente através de uma maior ingesta de laticínios (leite, queijo, iogurte, coalhada, requeijão, etc), sardinha, brócolis, figo, etc. Recomenda-se um aporte de cálcio elementar de cerca de 1200 mg nas mulheres pós menopausadas. Um copo de leite desnatado, por exemplo, possui cerca de 300 mg de cálcio elementar e uma fatia de queijo muzzarela, 55 mg.
- Manutenção de níveis adequados de vitamina D. Sem essa vitamina há uma maior dificuldade de absorção intestinal do cálcio e de mineralização óssea. A principal fonte de vitamina D é através da síntese cutânea pela exposição solar, mas encontramos também em alguns alimentos como a gema do ovo, laticínios, peixes gordurosos (ex: atum, truta, salmão, sardinha, etc), cogumelos e fígado.
- Caso os níveis de cálcio na dieta e vitamina D não estejam adequados, utilizamos suplementos de cálcio e vitamina D, que devem sempre ser prescritos por médico
- Combate aos fatores de risco modificáveis como: parar de fumar, praticar exercícios com carga, evitar o abuso de álcool e substâncias ricas em cafeína, sódio e fósforo (ex: refrigerantes), uso racional de medicamentos que possam levar a perda de massa óssea, etc.
- Terapia de reposição hormonal na menopausa: Em um grupo selecionado de mulheres que não possuem contra-indicações para seu uso.
Medicações anti-osteoporose: Quando a osteoporose já é uma realidade ou já existe um histórico de fraturas de baixo impacto, é necessário o uso de fármacos que inibam a reabsorção óssea, aumentem a formação óssea ou ambos.