O Diabetes Mellitus é caracterizado pelo aumento de glicose (açúcar) no sangue. A insulina, hormônio responsável por levar a glicose do sangue para as células pode estar deficiente, não conseguir realizar seu efeito adequadamente (resistência insulínica) ou ambos. Hormônios que elevam as taxas glicêmicas em situações de estresse como o Glucagon, Cortisol, Epinefrina, etc, também contribuem para o desenvolvimento desta doença.
O diabetes é diagnosticado por valores ≥ 126 mg/dl em jejum e/ou ≥ 200 mg/dl após teste de tolerância oral a glicose. Esse aumento é tóxico para as células e pode levar a um quadro de obstrução arterial e complicações como Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, cegueira, perda de sensibilidade em extremidades com aumento no risco de amputações, Insuficiência Renal, etc.
Os sintomas clássicos do diabetes são: sede e fome excessiva, aumento no volume urinário, piora visual, perda de peso, fraqueza, sensação de “formigamento, queimação e/ou choque” nas extremidades, infecções genitais de repetição, impotência sexual, etc. Entretanto, costuma ser assintomática no início e, mesmo assim, já é capaz de levar as citadas lesões arteriais de maneira silenciosa.
Basicamente existem dois tipos de Diabetes Mellitus:
Tipo I: Acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens. É uma doença auto-imune, ou seja, anticorpos mutantes “confundem” as células produtoras de insulina no pâncreas com um corpo estranho e as destroem. Os sintomas do diabetes surgem repentinamente na maioria das vezes e podem levar a hospitalização devido à intensa fraqueza e desidratação no início do quadro, quando o diagnóstico é desconhecido. O tratamento medicamentoso é feito exclusivamente com uso de insulina.
Tipo II: É o diabetes mais freqüente e está relacionado ao excesso de peso ligado ao sedentarismo e maus hábitos alimentares, além do histórico familiar do paciente. Predomina em adultos de meia-idade, mas vem acometendo indivíduos cada vez mais jovens devido a epidemia da obesidade. No Diabetes Mellitus tipo II, o excesso de peso, principalmente gordura abdominal, induz resistência aos efeitos da insulina. Há um aumento compensatório inicial em seus níveis, mas com o tempo esse recurso se deteriora e a doença surge.
O tratamento consiste em reeducação alimentar e atividades físicas, além do uso de diversas medicações conforme o perfil da doença e seu estágio. Em alguns casos associados à obesidade, poderá ser indicada Cirurgia Bariátrica.
Cabe destacar mais duas outras situações clínicas relacionadas ao diabetes:
“Pré Diabetes”: Classificada como um aumento no nível glicêmico acima dos limites da normalidade, mas que ainda não atingiu os níveis de diabetes (glicemia em jejum entre 100 e 125 e após teste de tolerância oral à glicose entre 140 e 199).
Nesta situação, os níveis glicêmicos ainda não são suficientes para provocar lesão em órgãos e tecidos, mas quem apresenta tais taxas apresenta um risco maior de evoluir com diabetes do que aquelas pessoas que possuem glicemia normal. Portanto, neste estágio é fundamental a modificação de estilo de vida do paciente (dieta e atividades físicas) a fim de evitar o desenvolvimento da doença.
Diabetes Gestacional: O mecanismo de desenvolvimento do Diabetes Gestacional guarda certa semelhança com o Diabetes Mellitus Tipo II. Caracteriza-se pelo aumento da glicemia exclusivamente na gestação. Os principais fatores de risco são: gestantes com excesso de peso, acima dos 30 anos e histórico de múltiplos partos anteriores. Provoca tanto a complicações maternas quanto fetais (ex: parto prematuro, fetos gigantes, hipoglicemia neonatal, eclampsia e morte materna e fetal).
Em todos os casos de diabetes, é importante enfatizar que o tratamento precoce com modificações de estilo de vida e medicamentos e o seguimento regular com o endocrinologista permitirão que a pessoa portadora desta condição possa levar uma vida praticamente normal e sem restrições para suas atividades por muitos e muitos anos!